Ilustração contemporânea como produção de discurso

CONTEÚDOS

• Apresentação. Partilha do contexto de trabalho de cada participante e motivações para frequentar o curso.
• Livros infanto-juvenis: o que contam as ilustrações? Análise dos discursos veiculados por imagens de livros ilustrados destinados a crianças e jovens; o papel das pessoas ilustradoras na criação de narrativas visuais.
• Exemplos de livros ilustrados: temas, técnicas e possibilidades de discussão em sala de aula. Evolução da ilustração no livro, sob uma perspetiva questionadora; temas e técnicas utilizadas por pessoas autoras e ilustradoras; relação entre ilustração e arte contemporânea; o livro ilustrado como potenciador de debate e de manifestação de olhares sobre temas divergentes.
• Criação de histórias a partir de objetos desbloqueadores e estruturantes da narrativa. Objetos mediadores da comunicação que ajudam a criar histórias e a estruturar uma narrativa, como dados visuais, baralhos de cartas e objetos do quotidiano; a obra de arte como recurso criativo para contar uma história.
• Técnicas plásticas diversas para narrativas ilustradas. Experimentação de técnicas plásticas, partindo da premissa de que o desenho não é a única linguagem possível para uma narrativa ilustrada; exploração de técnicas plásticas alternativas ao desenho.
• Criação de uma narrativa ilustrada (parte I). Pesquisa técnica e temática; estabelecimento do conceito para realização de uma narrativa ilustrada.
• Criação de uma narrativa ilustrada (parte 2). Conceção, exploração e concretização de uma narrativa ilustrada, a partir das técnicas e temáticas abordadas nas sessões anteriores e na pesquisa realizada.
• Apresentação e partilha de resultados. Espaço de diálogo, no qual se debatem os temas e os processos artísticos e criativos utilizados, bem como as aprendizagens que deles resultaram e os benefícios para o desenvolvimento do trabalho em contexto de sala de aula.

MATERIAIS PARA O EXERCÍCIO PRÁTICO:

Cada participante deve ter consigo um conjunto de materiais básicos, como riscadores coloridos, tintas, papéis, tesoura e cola. Caso não disponha de algum destes materiais, sinta-se à vontade para os substituir pelo que entender e tiver à mão.

AVALIAÇÃO

Cada formando deverá participar nas sessões calendarizadas, cumprindo o número de horas previstas na acreditação. O regime de avaliação pretende privilegiar a capacidade reflexiva dos formandos, espelhada, quer nos relatórios de reflexão crítica que cada formando realiza após a ação, quer na intervenção oral e prática exploratória proposta em cada sessão.

Os critérios de avaliação e respetiva ponderação são os seguintes:
1. Participação (50%) – grau de envolvimento e participação na ação: participação nas discussões e reflexões propostas; realização dos exercícios práticos de cada sessão.
2. Trabalho produzido (50%) – relatório de reflexão crítica sobre os conteúdos abordados, ligando-os às práticas desenvolvidas neste domínio e aos contextos de trabalho.

A avaliação quantitativa será de 1 a 10  com a seguinte formulação: 1 a 4,9 – Insuficiente; 5 a 6,4 – Regular; 6 6,5 a 7,9 – Bom 8 a 8,9 – Muito Bom 9 a 10 – Excelente.

Marta Ornelas

Marta Ornelas é professora há mais de 25 anos e dirige a Arte Central. Deu aulas no ensino Básico, Secundário e Superior. Doutorou-se em Artes e Educação na Universidade de Barcelona. A sua atividade passa também pela formação certificada de docentes (do pré-escolar ao secundário) e pela investigação académica. Os seus principais interesses de investigação prendem-se com a educação em museus, com a importância da educação artística e de que forma esta contribui para um mundo mais justo e sustentável. Participa frequentemente em congressos e outros encontros sobre o ensino e a aprendizagem das artes. É membro da comissão científica do Congresso Internacional Matéria Prima (Ensino Artístico) e revisora de artigos da Revista Midas (Educação em Museus) e do IJABER – International Journal of Arts-Based Educational Research, entre outras publicações. É autora de diversos artigos científicos e do livro “Museus e Escolas: as relações pedagógicas e o papel dos jovens” editado pela Direção-Geral do Património Cultural. Recebeu o Prémio Melhor Investigação 2020 pela Associação Portuguesa de Museologia.

Catarina Sobral

Ilustradora, autora de livros ilustrados e realizadora de cinema de animação. Nasceu em Coimbra, em 1985. Licenciada em Design Gráfico e mestre em Ilustração, publicou o seu primeiro livro em 2011, pela editora Orfeu Negro. Desde então, ilustrou vinte e três livros, dezasseis dos quais também da sua autoria. A relação entre texto e imagem constitui o núcleo da sua prática artística, explorando diferentes meios e procurando sempre a abordagem mais adequada a cada projeto. É realizadora de duas curtas-metragens de animação, autora e diretora artística de uma peça de teatro para a infância e produtora de um programa de rádio para jovens públicos. Colabora ainda como docente em duas escolas de Lisboa, cidade onde reside atualmente, e é formadora em dois cursos da plataforma Domestika. Foi premiada diversas vezes por várias entidades, pelo seu trabalho como ilustradora, como o Prémio Internacional de Ilustração da Feira do Livro de Bolonha, em 2014, ou o Prémio Nacional de Ilustração, em 2024, tendo recebido também a Menção Especial, em 2011 e 2017.